A flexibilização da regulamentação dos planos de saúde para permitir a venda de serviços populares não é consensual no governo de Michel Temer. O Ministério da Saúde defende a medida. Órgãos do Ministério da Justiça ligados à defesa do consumidor resistem a ela.
Mônica Bérgamo
DECEPÇÃO
O secretário Nacional do Consumidor, Arthur Rollo, diz acreditar que a iniciativa, que prevê a liberação dos chamados planos populares ou acessíveis, é questionável por flexibilizar o rol mínimo de atendimentos definido em lei. “O consumidor pode pagar por um plano e, na hora de usar o serviço, se frustrar. Haverá uma judicialização enorme”. O ideal, diz, seria reduzir custos e preços “pela transparência, e não pela redução da cobertura”.
FUSCA
“Só um bando de xiitas pensa dessa forma”, diz o ministro Ricardo Barros, da Saúde, afirmando desconhecer “qualquer divergência dentro do governo”. Ele diz que o rol mínimo de cobertura dos planos de saúde é “como uma Mercedes-Benz” e que a opção para quem não tem dinheiro é “andar a pé. Precisamos achar o meio termo”.
DO AVESSO
Barros diz que os planos acessíveis, que podem ser regulamentados em breve pela ANS (Agência Nacional de Saúde), vão desafogar o SUS. “E isso vai melhorar a vida de quem realmente precisa do serviço. Não entendo como uma solução pode ser vista como um problema.”
TEMPOS DIFÍCEIS
A advogada Esther Flesch, que deixou o escritório Trench Rossi Watanabe na esteira do escândalo da contratação do ex-procurador Marcelo Miller para a banca, já emagreceu 12 kg desde que saiu do antigo cargo. De acordo com interlocutores, Flesch se sente extremamente injustiçada.
PRIMEIRO TIME
Ela contratou o criminalista Fábio Tofic Simantob para se incorporar à sua defesa.
Fonte:
www.folha.com.br