O que define os elementos de uma cultura de sustentabilidade? Quais são as crenças compartilhadas, normas, hábitos e pressupostos que determinam o envolvimento dos colaboradores em Sustentabilidade? Mais importante ainda, como moldamos e apoiamos esses elementos para garantir que a sustentabilidade seja incorporada à cultura da organização?
Na busca por melhores práticas fiz uma ampla revisão da literatura e me deparei com a falta de modelos eficientes para esta finalidade. Existe muito trabalho feito para medir a sustentabilidade organizacional, principalmente centrado nos processos, tais como emissões e resíduos. Porém, não existem muitos processos estruturados e cases maduros de sucesso sobre mudança cultural e sustentabilidade.
Diante deste desafio, encontrei por fim o trabalho de Tim Cotter, um pesquisador australiano que dedicou os últimos anos a bater nesta tão solitária tecla dentro dessa sinfonia – o comportamento Humano – capaz de gerar a cultura de sustentabilidade tanto no âmbito corporativo, como pessoal.
Com base em sua experiência ele conseguiu sair do vago discurso de que isso é algo importante para criar algo de fato relevante: métricas e drivers psicológicos capazes de indicar de maneira mais assertiva como um grupo especifico pode delinear um novo modelo de cultura de sustentabilidade.
O modelo criado por Cotter mede treze facilitadores de uma cultura de sustentabilidade. Parte são aspectos individuais e parte facilitadores organizacionais.
Os aspectos individuais (crenças, responsabilidade, conhecimento, percepção, controle e suporte percebido) são os elementos que precisam ser desenvolvidos individualmente com os colaboradores para que eles se engajem em ações de sustentabilidade. Estes indicadores podem ser medidos e identificam o quanto um individuo pode estar mais ou menos suscetível a participar de atividades, como por exemplo, a minimização do uso de energia e trocar o seu meio de transporte para ir ao trabalho. Atualmente a maioria das organizações aposta fervorosamente em ações de conscientização, muitas vezes ineficazes, pois até então não se podiam utilizar pesquisas com indicadores que mensuram e predizem o quanto uma população está de fato pronta a aderir a tais iniciativas. Resultado: Orçamentos de comunicação, ações de endomarketing entre outros investimentos feitos sem informações precisas do quanto este público alvo esta preparado para novos modelos.
Os facilitadores organizacionais são elementos que a empresa precisa assegurar que estão presentes e alinhados com a sustentabilidade, ou seja, instalações, processos, recompensas e reconhecimento, compromisso estratégico, liderança, escopo de responsabilidade, inovação e atividades de sustentabilidade.
Muitos desses facilitadores são derivados da pesquisa realizada a partir dos instrumentos desenvolvido por Cotter, que identifica as características de organizações que envolveram com sucesso seus colaboradores em sustentabilidade.
E a sua organização, como tem medido tais indicadores e tendências?
Fonte: www.saudeweb.com.br 6 de março de 2014