Disney gerencia saúde de funcionários com TI integrada

Projeto inclui integração das informações de medicina ocupacional, telemedicina e portal para os profissionais cuidarem da saúde

Tecnologia para gerenciar a saúde dos funcionários ainda não é tão comum no Brasil, principalmente para casos de gestão de saúde ocupacional das empresas – e também a de doentes crônicos. Se por aqui estas práticas ainda são raras, nos EUA é possível observar iniciativas integradas em grupos complexos como a Disney Resorts, que mesmo com muitas especificidades precisa tratar quem faz a magia realmente acontecer, ou seja, o colaborador.

Na tarde da quarta-feira (26), o médico chefe da Walt Disney World, Michael Hankins, mostrou como é feita a gestão de saúde dos quase 100 mil funcionários do grupo, que inclui parques, cruzeiros e resorts. Não são poucos os riscos a que um colaborador do grupo está exposto: eles vão de acidentes de trabalho à exposição de animais, como no Animal Kingdom.

O foco do projeto é a medicina ocupacional,  que requer uma comunicação apropriada para os stakeholders e o time médico; as exposições e suas contribuições para as condições agudas e crônicas; prevenção da incapacidade; e adesão às normas da Workers Compesation, espécie de seguro do trabalho.

Para isso, a companhia definiu os seguintes compromissos: discutir os objetivos dos serviços de saúde ocupacional; identificar os desafios e as oportunidades na entrega dos cuidados de saúde, independentemente de sua localização; e, por último, explicar a abordagem garantindo a eficiencia e eficácia da mudança da informação de saúde para os membros e cuidadores.

Foram quatro “steps” definidos pela companhia para alcançar tais objetivos. O “S”, de satisfação, para melhorar a satisfação dos funcionários; “T”, Tratamento e Clínica, para melhorar a saúde como um todo, assegurando o desempenho dos funcionários da companhia; E, informação eletrônica; e por último o “P”, destinado à prevenção e educação do pacientes.

O projeto foi alicerçado considerando a saúde, o bem-estar do funcionário e a segurança, coordenação da saúde, dentro do sistema e de seus fornecedores, acesso seguro e troca das informações da saúde, engajamento do colaborador e o “uso significativo”, portabilidade dos sistemas e dados e o desempenho financeiro.

Desenvolvimento
Reduzir os altos custos das incapacidades no trabalho, que geram cerca de US$ 130 bilhões nos Estados Unidos e resultam em US$ 10 bilhões em perda de produtividade. Estão incluídos na conta fatores de riscos para a saúde dos funcionários que incluem obesidade, fadiga, perda de audição e deficiência visual.

Para se ter uma ideia, a cada US$ 1 investido pode-se obter US$ 3,27 em redução de custo médico e US$ 2,73 na diminuição do absenteísmo. Segundo os dados da CDC, apenas reduzir as taxas de obesidade pode gerar 254 bilhões em produtividade e evitar 60 bilhões em tratamento.

Hankins mostrou o conjunto de ações implantadas em prol da segurança e saúde ocupacional. As iniciativas estão presentes em centros de cuidados primários, o gerenciamento das doenças, uma academia, o gerenciamento de índices de absenteísmo, programas de bem-estar, controle do risco e até em um portal para a saúde dos próprios funcionários. Foram adotados programas de imunização, vigilância médica, atenção médica e fisioterapia.

Mas as demandas de saúde do grupo exigiam mais. Era necessário desbravar também o mar. Com a divisão de cruzeiros, o grupo enfrentou diferentes desafios, fazer o rastreamento marítimo do atestado médico, a integração dos registros e a sincronização do navio com o satélite. Mas diante, havia os desafios de estar em pleno oceano: sem suporte especializado e acesso limitado.

Tecnologia
Para resolver esses desafios foi utilizada a solução de enterprise health da MIE e a integração clinica das informações dos funcionários no Eletronic Health Recording com a medicina de vigilância e o gerenciamento de crônicos. Para produção e transmissão legal e mandatória dos documentos, criou-se uma transmissão corrente do trabalho e documentos sob demanda.

Os objetivos para o sistema de TI eram os seguintes: interoperabilidade com sistemas dedicados, teste de devices, registro de saúde corporativa, e-mail etc. Os desafios: flexibilidade para os processos de fluxo de trabalho, incentivar o compromisso dos próprios colaboradores (por meio de portais interativos, onde é possível acessar o registro de sua própria saúde) e implantar interfaces múltiplas.

A interface de entrada para integrar os dados da Disney é da SAP. Ela ajuda a identificar as informações do paciente, como nome, endereço, tipo de trabalho, departamento e o gerenciamento que inclui adicionais requisitos sobre as doenças, incluindo a avaliação médica.

Fonte: www.saudeweb.com.br 27 fevereiro de 2014