A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (17) dez recomendações sobre como os países podem usar a tecnologia acessível via celulares, tablets e computadores para melhorar a saúde das pessoas e os serviços essenciais.
Nos últimos dois anos, a OMS revisou sistematicamente as evidências sobre tecnologias digitais e consultou especialistas de todo o mundo para produzir recomendações sobre formas de utilizá-las para maximizar o impacto nos sistemas de saúde e na saúde das populações.
A diretriz traz recomendações sobre a telemedicina, que permite às pessoas que vivem em locais remotos obter serviços de saúde usando telefones celulares, sites ou outras ferramentas digitais. A OMS ressalta que este é um complemento valioso para as interações cara a cara, mas não pode substituí-las completamente. Também é importante que as consultas sejam conduzidas por profissionais de saúde qualificados e que a privacidade das informações de saúde dos indivíduos seja mantida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou na quarta-feira (17) dez recomendações sobre como os países podem usar a tecnologia acessível via celulares, tablets e computadores para melhorar a saúde das pessoas e os serviços essenciais.
“Aproveitar o poder das tecnologias digitais é fundamental para alcançarmos a cobertura universal de saúde”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “Em última análise, as tecnologias digitais não são um fim em si mesmas; são ferramentas vitais para promover a saúde, manter o mundo seguro e servir aos vulneráveis.”
Nos últimos dois anos, a OMS revisou sistematicamente as evidências sobre tecnologias digitais e consultou especialistas de todo o mundo para produzir recomendações sobre formas de utilizá-las para maximizar o impacto nos sistemas de saúde e na saúde das populações.
Uma intervenção digital que já tem efeitos positivos em algumas áreas é o envio de lembretes a mulheres grávidas para comparecer às consultas de pré-natal e fazer com que as crianças retornem para se vacinar. Outras abordagens digitais revisadas incluem ferramentas de apoio à decisão para orientar os profissionais de saúde à medida que prestam cuidados; e permitir que indivíduos e profissionais de saúde se comuniquem e façam consultas sobre questões de saúde em diferentes locais.
“O uso de tecnologias digitais oferece novas oportunidades para melhorar a saúde das pessoas”, afirmou Soumya Swaminathan, cientista-chefe da OMS. “Mas as evidências também destacam os desafios no impacto de algumas intervenções.” Ela acrescentou que, “se as tecnologias digitais devem ser sustentadas e integradas aos sistemas de saúde, também devem ser capazes de demonstrar melhorias a longo prazo em relação às formas tradicionais de prestação de serviços de saúde.”
A diretriz destaca o potencial de melhorar o gerenciamento de estoque, por exemplo. As tecnologias digitais permitem que os profissionais de saúde se comuniquem com mais eficiência sobre o status dos estoques e sobre lacunas de matérias-primas. No entanto, a notificação por si só não é suficiente para melhorar sua gestão; os sistemas de saúde também devem responder e agir em tempo oportuno para reabastecer as mercadorias necessárias.
“As intervenções digitais dependem fortemente do contexto e garantem um desenho apropriado”, alertou Garrett Mehl, cientista da OMS em inovações e pesquisas digitais. “Isso inclui questões estruturais nas configurações em que elas estão sendo usadas, infraestrutura disponível, necessidades de saúde que tentam resolver e a facilidade de uso da própria tecnologia.”
Intervenções de saúde digital não são suficientes por si só
A diretriz demonstra que os sistemas de saúde precisam responder à maior visibilidade e disponibilidade de informações. No entanto, as pessoas também precisam ter garantias de que seus dados, como informações sobre saúde sexual e reprodutiva, não estejam sendo colocados em risco.
Além disso, os profissionais de saúde precisam de treinamento adequado para aumentar sua motivação na transição para essa nova maneira de trabalhar e precisam usar a tecnologia com facilidade. As diretrizes enfatizam a importância de se proporcionar ambientes de apoio para treinamento, de lidar com infraestruturas instáveis, bem como políticas para proteger a privacidade dos indivíduos e a governança e a coordenação para garantir que essas ferramentas não sejam fragmentadas em todo o sistema de saúde.
O documento encoraja os formuladores de políticas e seus implementadores a revisar e se adaptar a essas condições, caso queiram que as ferramentas digitais gerem mudanças tangíveis e forneçam orientação sobre como levar em consideração a privacidade no acesso aos dados do paciente.
“A saúde digital não é uma bala de prata”, alegou Bernardo Mariano, diretor de informações da OMS. “Estamos trabalhando para garantir que ela seja usada da maneira mais eficiente possível. Isso significa garantir que agregue valor aos profissionais de saúde e indivíduos que usam essas ferramentas, leve em consideração as limitações de infraestrutura e que haja uma coordenação adequada”.
A diretriz também traz recomendações sobre a telemedicina, que permite às pessoas que vivem em locais remotos obter serviços de saúde usando telefones celulares, sites ou outras ferramentas digitais. A OMS ressalta que este é um complemento valioso para as interações cara a cara, mas não pode substituí-las completamente. Também é importante que as consultas sejam conduzidas por profissionais de saúde qualificados e que a privacidade das informações de saúde dos indivíduos seja mantida.
A diretriz enfatiza a importância de alcançar populações vulneráveis e garantir que a saúde digital não as coloque em risco de forma alguma.
Trabalho da OMS sobre saúde digital
Esta diretriz representa a primeira de muitas explorações do uso de tecnologias digitais e abrange apenas uma fração dos muitos aspectos da saúde digital.
Em 2018, os governos aprovaram por unanimidade uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde convocando a OMS a desenvolver uma estratégia global de saúde digital para apoiar os esforços nacionais para alcançar a cobertura universal de saúde. Essa estratégia está prevista para ser considerada na Assembleia Mundial da Saúde em 2020.
Embora esteja expandindo seu foco em saúde digital neste momento, a OMS vem trabalhando nessa área há anos, por exemplo, através do desenvolvimento do eHealth Strategy Toolkit, em 2012, publicado em colaboração com a União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Para apoiar os governos no monitoramento e coordenação de investimentos digitais em seus países, a OMS desenvolveu o Digital Health Atlas, um repositório global virtual onde os implementadores podem registrar suas atividades de saúde digital. A OMS também estabeleceu parcerias inovadoras com a UIT, como a iniciativa BeHe@lthy, BeMobile, BeMobile, para a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis, bem como os esforços para construir a capacidade digital de saúde por meio do Escritório Regional da OMS para a África.
Ao longo dos anos, a OMS liberou vários recursos para fortalecer a pesquisa e implementação da saúde digital, incluindo o kit mHealth Assessment and Planning for Scale (MAPS); um manual para Monitoramento e Avaliação da Saúde Digital e mecanismos que usam a saúde digital para acabar com a tuberculose.
Em 6 de março de 2019, Tedros anunciou a criação do Departamento de Saúde Digital para melhorar o papel da OMS na avaliação de tecnologias digitais e apoiar os Estados-membros na priorização, integração e regulamentação dos mesmos.
Fonte: www.cmb.org.br