E-health reduz a zero o crescimento de gastos de saúde na Finlândia

Algumas estratégias estão sendo tomadas ao redor do mundo para a tentativa de redução dos custos de saúde. Uma cidade finlandesa, Oulu, pouco conhecida mundialmente, está se destacando por uma plataforma digital introduzida em 2008, que é considerada como um dos programas de e-health mais avançados.

Este programa permite que pacientes agendem consultas, renovem prescrições e troquem mensagens com seus médicos dos computadores pessoais. Dentre os serviços, há até um device para diagnóstico de infecção auditiva, com medição da vibração da membrana timpânica. Cerca de 70 mil habitantes da cidade já estão cadastrados no sistema, chamado de Self Care.

Quase todo o cuidado de saúde do país é fornecido pelos governos locais e Oulu, que ao ver um crescimento nos gastos de saúde, decidiu colocar a plataforma para controle per capita dos gastos. A dieta da cidade e os índices anteriores mostravam crescimento de gastos chegando a 7% por ano, mas, após a adoção do programa, a previsão é de uma queda no crescimento para zero em 2015.

A adesão ao programa é voluntária e, especialmente entre pacientes com mais de 65 anos, a adoção está superando expectativas. Indivíduos com hipertensão e diabetes, por exemplo, podem medir seus sinais em casa e inseri-los no sistema para avaliação médica. Além disso, resultados de exames clínicos também são postados e pacientes podem entrar em contato com os profissionais responsáveis.
A Nokia tinha sede na cidade e, ao fechar a unidade, deixou milhares de pessoas desempregadas, criando um grande pólo de talentos de TI e, consequentemente, favorecendo o desenvolvimento de tecnologia na região. Uma empresa fundada por ex-engenheiros da Nokia, a Mawell, contribuiu para o desenvolvimento da plataforma online e ganhou a licitação para o projeto no ano de 2011.
Alguns países com sistemas de saúde comandados pelo governo, como a Grã-Bretanha, a Suécia e a Noruega adotaram programas similares, mas é clara a dificuldade de adoção de um sistema tão complexo em países como os Estados Unidos, com política de sistema de saúde fragmentada ou como o Brasil, com a mistura de sistemas e a alta fragmentação da atenção à saúde – e dos serviços de tecnologia da informação no SUS.
A operação do sistema custa cerca de US$390 mil por ano, mas já contribuiu na economia de um valor muito maior que este, segundo Sinikka Salo, prefeita da região.
Fonte: www.saudebusiness.com